Pronta para Tudo: A Nossa KTM 1290 Super Adventure T

Em Abril de 2024, trocamos a nossa Aprillia pela KTM 1290 Super Adventure T 2016. A Aprillia tinha sido uma excelente companheira, mas sentíamos que estava na hora de algo mais confortável, mais robusto e, a cima de tudo mais preparado para as grandes viagens a dois que adoramos fazer. Depois de muita pesquisa e alguma indecisão, a escolha recaiu sobre esta KTM, usada sim, mas em excelente estado e com aquele ar de "pronta para tudo" que tanto nos atraiu.

Desde então, temos somado quilómetros, histórias e sorrisos. Esta review mistura o lado emocional das viagens com a análise técnica que qualquer apaixonado por motas gosta de saber.

Design e Ergonomia

A KTM 1290 Super Adventure T de 2016 impõe respeito logo ao olhar. É uma mota alta, robusta, com presença. A posição de condução é naturalmente ereta, o que ajuda muito no conforto em viagens longas. O guiador largo e os comandos bem posicionados dão uma sensação de controlo absoluto.

O assento, tanto para o condutor quanto para o passageiro, é surpreendentemente confortável para uma mota deste tipo mesmo em longas distâncias. A altura do banco ao solo pode intimidar condutores mais baixos, cerca de 860 mm (o que não intimida o Alexandre claro).

Conforto em viagem

Este foi um dos maiores motivos da troca - e aqui a KTM não nos desiludiu, Já fizemos várias viagens de casal com bagagem, incluindo autoestradas, nacionais e até alguns troços de terra batida. A mota mantém-se estável, confortável e com espaço de sobra. 

O banco do passageiro é largo e bem almofadado, com apoio suficiente nas pegas laterais. O para-brisas regulável ajuda bastante a cortar o vento (apesar de o Alexandre ter colocado um acrescento tendo em conta que ele é alto), embora que em velocidades mais altas ainda se sinta alguma turbulência (nada de grave).

As suspensões semi-ativas ajustam-se automaticamente à carga e ao tipo de condução, o que é um luxo em viagens.

Performance e motor

Aqui entra a alma da KTM: o motor LC8 V2 de 1300cc, com impressionantes 160cv. É um verdadeiro monstro disfarçado de moto turismo. A resposta ao acelerador é rápida, com torque mais suficiente em todas as rotações.

Na cidade, é um pouco bruta, mas nada que a embraiagem hidráulica e o bom equilíbrio não ajudem a controlar. Em estrada aberta a mota ganha vida - ultrapassagens são instantâneas e subidas parecem planas.

Comportamentos em estradas e consumos

A mota é surpreendentemente ágil para o seu tamanho e peso (pouco mais de 240kg a seco).

Curvas, retas, estrada molhada ou seca sente-se sempre segura. O sistema de travagem com ABS em curva da Bosch é eficaz e dá confiança.

Em termos de consumo, a nossa média tem andado entre os 5L e 8L/100km, dependendo do tipo de percurso e andamento,

Para o motor que é, é mais que aceitável.

Manutenção e fiabilidade

Por ser uma moto usada, tínhamos algum receio quanto a eventuais surpresas  e, de facto, tivemos apenas um problema na embraiagem, que foi prontamente resolvido pelo nosso mecânico de confiança especializado em KTM. De resto, apenas a manutenção básica tem sido necessária (óleo, filtros, pastilhas).
O Alexandre, sendo mecânico, realiza ele próprio as revisões periódicas, utilizando sempre óleo e filtros originais.
As revisões, mesmo feitas em casa, requerem atenção aos detalhes, e a corrente exige a manutenção habitual (verificação da folga e lubrificação regular), como seria de esperar.

Pontos positivos e negativos

Positivos:

• Conforto excecional a 2;
• Motor potente e responsível;
• Boa autonomia (possuí um depósito de 30L);
• Suspensão semi-ativa adaptável;
• Estabilidade e segurança;

Negativos:

• Calor intenso na perna do condutor;
• Turbulência em altas velocidades;
• Não é o ideal para circular nas cidades ainda mais com trânsito;
• Revisões com custo médio-alto;

Veredito Final – Voltávamos a Comprar?

Sem dúvida. A KTM 1290 Super Adventure T 2016 tem-se mostrado uma companheira de estrada formidável: poderosa, confortável e pronta para qualquer tipo de aventura. Não é uma moto para iniciantes nem para quem só faz pequenos percursos citadinos, mas para quem sonha com viagens longas, a solo ou em casal, esta máquina é difícil de bater.
A nossa primeira viagem com ela foi até Zamora e Salamanca (Mini-Férias Encantadas: Descobrindo Zamora e Salamanca e muito mais) e foi aí que percebemos o verdadeiro potencial desta moto — conforto, potência e prazer de condução em perfeita harmonia.
Ainda em junho de 2024, fomos até A Corunha, e este ano já passámos por locais incríveis como Ponferrada, Astorga (De Chaves a Corunha e Ponferrada: Uma Viagem pelo Norte Ibérico ) e outros tantos que ainda nem tivemos tempo de escrever sobre. E muitas mais virão, porque esta KTM parece pedir estrada  e nós adoramos responder ao convite.
Trocar a Aprilia por esta KTM foi, para nós, uma aposta mais do que ganha.